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Este artigo foca uma expressão pouco estudada do repertório moderno de ação coletiva – os congressos associativos. Considerando as dinâmicas associativas e as tendências europeias, apresenta a periodização do fenómeno, considerando a difusão de novas normas e práticas de debate e resolução coletiva (1865-1885), a diversificação de protagonistas e tópicos (1885-1914) e, finalmente, a sua oposição em campos políticos concorrentes ou antagónicos (1914-1926), culminando no golpe militar de 28 de Maio de 1926, ao qual se seguiu um acentuado declínio da atividade associativa. palavras-chave: associações; movimentos sociais; congressos; cronologia.
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Este artigo analisa a reação conservadora aos movimentos e propostas de reforma social que marcou o entre-guerras e a resistência do associativismo. Começa por descrever o programa de progresso social e participação democrática veiculado pelos diferentes movimentos que emergiram no século XIX e se articularam à escala nacional para atuar na arena política desde os finais da centúria. Analisa depois as forças e estratégias de reação conservadora a este processso de massificação política e finalmente a resistência do associativismo de classe à fascização dos sindicatos, do mutualismo em defesa da proteção social e laboral e do cooperativismo em prol da autonomia associativa
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O presente artigo analisa a emergência de um novo repertório de ação coletiva em Portugal, os congressos associativos, procurando esclarecer a sua natureza e os seus impactos. Resulta do recenseamento e da análise dos 304 congressos associativos organizados em Portugal desde o I Congresso Social, de 1865, até a imposição do corporativismo, em 1934, bem como de 1733 teses debatidas nos mesmos. Foi possível caracterizar este fenômeno como um amplo processo de mobilização política, distinguindo os seus atores, as suas alianças e os seus antagonismos, e avaliar, através destas fontes, a evolução de diferentes “campos” políticos durante a crise do liberalismo. Esta observação é fundamental para se compreender a origem da polarização social e política que antecedeu a mais longa ditadura europeia.
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Este livro resulta de um estudo sobre a emergência do associativismo popular em Portugal. A análise, que se inicia no período histórico de 1834, pretende iluminar a longa história da emergência, desenvolvimento e estruturação do movimento associativo contemporâneo, desde os seus primórdios, na alvorada do Liberalismo, até ao golpe militar de 28 de maio de 1926, um acontecimento que marca uma dramática inflexão num percurso coletivo marcado pela fraternidade e o progresso social.
Não descurando as suas diferentes heranças, esta obra pretende destacar o papel do associativismo na organização das camadas populares não só para dar resposta a diferentes necessidades comuns, mas também para discutir e propagar propostas de reforma social dirigidas ao poder político.