1733 | Artefactos Symmetriacos, e Geometricos

Título curto

1733 | Artefactos Symmetriacos, e Geometricos

Título completo

Artefactos Symmetriacos, e Geometricos, Advertidos, e Descobertos pela industriosa perfeição das Artes Esculturaria, Architectonica, e da Pintura. Com certos fundamentos , e regras infalliveis para a Symmetria dos corpos humanos, Escultura, e Pintura dos Deoses fabulosos, e noticia de suas propriedades, para as cinco ordens de Architectura, e suas figuras Geometricas, e para alguns novos, e curiosissimos Artefactos de grandes utilidades. Oferecidos A' Serenissima Senhora D. Marianna de Austria , Rainha de Portugal, Repartidos neste volume em quatro livros, pelo Padre Ignacio da Piedade Vasconcellos, Conego Secular de S. Joam Euangelista, neste Reyno de Portugal, e Prégador nesta Congragação, natural de Santarem. Dados A' Estampa pelo Reverendissimo Padre Antonio da Annunciaçam da Costa, Conego da mesma Congregação

Autor

Inácio da Piedade Vasconcelos (Padre)

Data 1ª edição

1733

Citação 1

Capitulo XVIII, Trata das formaturas, e mediçoens dos Templos [...].

Vitruvio , Author antiquissimo , foy o primeiro , que desta Arte da Architectura escreveo ; e diz no seu terceiro livro , capitulo primeiro , que hum Templo se deve deliniar pela Architectura , e perfeiçaõ do homem , e a vay repartindo por partes , em toda a planta de hum Templo , da maneira seguinte : No corpo da Igreja lhe mandar de comprimento duas larguras , e meya do mesmo corpo , sendo isto , naõ tendo portico ; mas tendo-o , diz , que ha de ter só duas larguras ; e a meya occupará o comprimento do portico , porque occupando-o por cima o Coro , ou a mayor parte delle , fica a Igreja mais desaffogada , emais fermosa. A´Capella mayor lhe dá de comprimento até aos presbyterios , e principio dos degraos , huma largura do mesmo corpo da Igreja ; e a todo o comprimento do presbyterio ametade desta largura. E nesta fórma vay a planta do Templo repartida no seu comprimento pela mesma repartiçaõ , com que se mede a altura de hum homem , tendo quatro larguras de comprido , que fazendo cada largura destas o comprimento de dous rostos , fazem oito rostos , que he o que póde ter hum homem de alto , sem defeito da natureza. Logo sendo assim representada a planta de hum Templo pela formatura do homem , que he taõ perfeito Artefacto da natureza, como naõ será mayor perfeiçaõ a igual correspondencia em hum Templo , que tem a semelhança desta formatura do homem , sendo obra das mãos dos mesmo Deos ? O que supposto , iremos agora deliniando huma Igreja com seu Cruzeiro , pois tambem o homem com os braços abertos tem fórma de Cruz ; e lhe formaremos a planta com a melhor correspondencia, e proporçaõ , que bem nos parecer , e a boa razaõ nos encaminhar , valendome das mais bem acertadas regras da Geometria , que conduzem para ajustar a boa Architectura.
Sabido , e assentado , que a principal fermosura de hum templo he a igualdade da correspondencia , se medirá a sua planta nesta fórma : Sendo a Igreja de Cruzeiro , terá o seu corpo (que he da porta principal até à entrada do mesmo Cruzeiro ) de comprimento cem pés , e de largura quarenta , mas naõ será defeito , se a estes cem pés , que se lhe derem de comprido, se accrescentarem mais até cinco. A largura do Cruzeiro terá trinta e cinco pés de largo , se lhe naõ quizerem dar a mesma largura , que tiver o corpo , que tiver o corpo , que he regularmente a fórma de Cruz , e todo o seu comprimento , que faz os braços da Cruz , terá oitenta. A Capella mayor , até aos presbyterios , terá os mesmos trinta e cinco pés , que tem o Cruzeiro de largo ; e o mesmo terá de largura, ficando em quadro , na conta de lados iguaes. Todo o presbyterio , até ao espaldar , que fica por detraz do Altar mayor , terá vinte e cinco pés , tendo os mesmos trinta e cinco de largo ; porque as paredes haõ de ir até ao fim iguaes , com a mesma largura, sem divisaõ , pois assim fica a Capella mais fermosa , e senhoril para se adiminstrarem as Sagradas ceremonias , que no Altar mayor se devem fazer ; e o contrario seria grande defeito. E se esta Capella naõ for de retabolo , que fique à face , tendo tribuna, sempre se deve fazer para traz de toda esta medida do presbyterio , que tambem seria erro ter outra fórma , pelas razoens ditas , pois se naõ deve tirar esta mediçaõ , e grandeza à Capella , por ficar o seu vaõ todo livre ; e os pés direitos do arco , que faz a entrada do Cruzeiro para esta Capella mayor , naõ sahiráõ para fóra das paredes da mesma Capella , mais que o comprimento de dous pés ; porque se lhe naõ possa seguir o defeito de se naõ ver do Pulpito , que está no lado do corpo da Igreja , todo o Altar mayor.
As Capellas , que se fixerem nos collateraes do Cruzeiro, que seraõ duas , huma em cada lado , ficaráõ encostadas aos lados da Capella mayor , pelas paredes , que vaõ do seu arco ; advertindo , que estas Capellas collateraes , se forem feitas à face , sempre os seus arcos se elevaráõ a tal altura , que ps seus fechos vaõ entestar junto ao alquitrave da simalha Real ; mas sempre correspondentes hum ao outro. E se forem estas Capellas metidas para dentro , (o que me parece naõ será bem acertado) seraõ os seus arcos com a mesma proporçaõ dos mais , que estiverem nas Capellas da Igreja , em o seu corpo , como logo diremos ; porém naõ seraõ estas Capellas assim metidas para dentro convenientes , pela fraqueza , que podem causar ao empucho do arco da Capella mayor , e aos mais arcos toraes. Tambem será conveniente ter a porta da sahida da Sacristia no meyo da parede , que faz de huma parte o fim , e espaldar deste Cruzeiro , e naõ na Capella mayor ; porque as pessoas , que sahirem da Sacristia para à Igreja, ou os Sacerdotes para os Altares , naõ dem logo as costas para o Throno , donde deve estar exposto o Divinissimo Sacramento do Altar. E passando daqui às plantas das Capellas do corpo da Igreja, se faraõ na fórma seguinte.
Na supposiçaõ , que o corpo da Igreja tenha quarenta pés de largo , ( como já dissemos ) haõ de ter as Capellas de fundo para dentro vinte pés , que he meya largura do corpo ; advertendo-se primeiro , que quando a Igreja for de Cruzeiro , na fórma , que temos representando , nunca parecerá bem fazerem-selhe estas Capellas do corpo à face ; e só se devem assim fazer , quando o corpo for na mesma igualdade até à Capella mayor , levando comsigo toda a largura , que havia de occupar o Cruzeiro , ou se for em naves de columnas , tambem assim será mais bem acertado fazerem-selhe as Capellas à face ; mas seguindo a ordem , que vamos dizendo , tendo as Capellas de fundo meyo corpo da largura da Igreja , para bem se proporcionar , se ha de saber primeiro , com que materia de abobeda (e ha de fechar este mesmo corpo da Igreja ; porque se se fechar de pedra , requere serem as paredes de cantaria , com a sua grossura competente ; ( como diremosem seu lugar ) e entaõ haõ de ficar estas Capellas mais affastadas humas das outras , para que tenhaõ as paredes mais fortaleza ; porque a mesma parede , e a abobeda , tudo lhe carrega em cima ; e se embaixo estiver muito delgada , com pouca substancia , póde padecer ruina ; porém sendo a abobeda de tijolo , menos fortaleza reque , e podem as Capellas não ficar taõ affastadas , mas sempre estas divisoens devem ser de cantaria. Nesta conta de cem pés naó poderáõ entrar mais que quatro , ou cinco Capellas por banda , e seraõ os seus arcos medidos , e artificiados na fórma seguinte.
Os arcos das Capellas , para melhor perfeiçaõ da obra , haõ de seguir a mesma ordem , de que he composta a Igreja ; porque se a ordem for Toscana , seguiráõ os arcos nos seus feitios , e medidas , cada hum por si só , a mesma ordem ; e assim será nas mais , que se seguem , Dorica , Jonica , Corinthia , e Composta. Aqui naõ damos medidas certas na largura , que deve haver entre os arcos , porque ficará na eleiçaõ do bom Mestre , conforme o numero das Capellas , que quizer meter ; mas nunca excederáõ com sua altura ao meyo da que tiver a parede da Igreja ; e proporcionando os vãos ao meyo de toda a altura da parede , naõ lhe podem caber mais que cinco Capellas por banda , tendo o pavimento do corpo da Igreja só proporçaõ dupla. Os vãos destas Capellas , sendo de qualquer ordem , sempre na sua altura teraõ proporçaõ dupla , medindo-se por linha perpendicular , do chaõ até a cima à aresta , que volta bem no meyo da volta do arco , adonde deve estar o seu fecho , que faz toda esta altura das larguras do vaõ , que tem o arco de hum pé direito ao outro. E naõ asfinamos medidas a estes pés direitos , porque a certeza do seu semicirculo , que ha de assentar sobre as impostas , lhe ha de dar a medida da sua altura , conforme a proporçaõ dupla ; e se quizerem dar medidas competentes às impostas , a respeito da ordem , de que se ornar a Igreja, veja-se o capitulo quatorze , adonde já fallámos dos arcos dos claustros.
Os fundos destas Capellas , que haõ de ter meya largura do corpo da Igreja , tambem se deve advertir , que se devem proporcionar os seus retabolos em tal fórma , que os degraos , que estiverem ao pé dos Altares , naõ excedaõ para fóra a impedir a via recta , que se ha de continuar nas portas , as quaes se devem fazer por dentro das Capellas , correspondentes humas a outras ; e o mais que estes degraos poderáõ sahir , será lançando-se huma linha , que corra recta pela aresta do degrao , a fechar nas arestas das hombreiras de huma , e outra porta , ficando os vãos das mesmas portas todos livres para a parte do corpo da Igreja. O Coro , neste feitio de Igreja cruzada , naõ excederá a altura das Capellas , e será mais bem acertado se for todo retrahido da parede da porta principal sobre o adro , para mais desaffogo , e fermosura do vaõ da Igreja , fazendo-se à entrada do adro , sobre arcos , o frontispicio com a sua fachada. A altura , que deviaõ ter as paredes desta Igreja de Cruz , até ao fim da simalha Real , seriaõ sessenta pés , que suppondo ter quarenta de largo , fazem os sessenta pés ao alto largurae meya do corpo ; porque tendo de largo quarenta , accrescentandolhe mais vinte , vem a fazer a conta de sessenta ; e com a altura , que fizer a volta da abobeda, que seraõ mais vinte pés de alto , ou outro qualquer fecho , virá a fazer tudo a conta de oitenta pés , ficando toda a Igreja em proporçaõ dupla, que se ha como quatro com oito , correndo sempre a sua simalha direita na mesma altura por todas as partes, que saõ , Coro , Corpo , Cruzeiro , e Capella mayor. Porém aqui nas medidas , que temos dado ao largo da Capella mayor , e braços do Cruzeiro , naõ póde deixar de fazer voliencia à vista do arco da Capella mayor , pela demasiada altura , em menos largura, que terá de hum pé direito ao outro , e só póde ter melhor vista esta proporçaõ dupla , tendo o Cruzeiro , e a Capella mayor a mesma largura , que tiver o corpo da Igreja , que assim he regularmente a fórma de Cruz , e não ficará com violencia a elevaçaõ do arco da Capella mayor. Mas seguindo aqui as medidas da planta , que temos proposto , bem podem as suas paredes ter de altura de quarenta e cinco até cincoenta pés , porque entendo naõ ha preceito nesta obra , que obrigue a naõ ter qualquer destas alturas , exceptuando arcos de nichos , ou de Capellas , pois destes a sua perfeita medida he terem proporçaõ dupla ; e deixando à nossa eleiçaõ estas medidas , digo , que a quarenta pés , na largura do corpo , tenhaõ as paredes de alto os cincoenta, que ficaõ ditos , até aao fim da simalha ; e se lhe quizerem das mais , ou menos largura , sempre se seguirá com esta proporçaõ , ficando diagonça , que he supondo quarenta pés de largura , medindolhe hum quadro , tirem delle huma linha diagonal , esta mesma linha dará a altura do pé direito até ao fim da simalha , que se ha com quatro , como raiz de trinta e dous.»

[Capítulo XVIII, 383-388]

Citação 2

Capitulo XX, Trata das formaturas , e mediçoens dos Templos [...].

As columnas , que os antigos faziaõ nestas Igrejas , vemos que tem suas variedades de fórmas ; porque humas saõ com as canas redondas , outras tem as mesmas canas com diversidade de resaltos ; outras elevaõ-se desde o souco debaixo até a cima à abobeda , com toda a sua cana , e capitel ; outras chegaõ com o mesmo capitel só a meya altura do vaõ da Igreja , e ahi formaõ os seus arcos , acompanhados para cima de parede , e formaõ a Igreja com Cruzeiro de paredes sem columnas ; e assim só se deve fazer , sendo toda a Igreja de abobeda , porque se o Cruzeiro se fizera tambem de columnas , diffcultosa seria a sua firmeza , pelos grandes empuchos , que as abobedas lhe fariaõ. Mas naõ se poderá negar , qu esta fórma he imperfeiçaõ do primor da Arte , pois lhe falta no seu todo a igualdade da correspondencia  , porque naõ concorda nos dictames da razaõ haver delicadezas no corpo , e grossarias nos braços ; ser o corpo de outo , e os braços de ferro. poderá ser , que esta razaõ , na praxe dos modernos , fosse motivo principal porque naõ querem usar semelhantes desformidades ; porém naõ se intentando fazer estas Igrejas de columnas com Cruzeiro , digo, que bem me parece , sem dezar da Arte , aquelles Templos de columnas , que naõ tem Cruzeiro , por fazendo , ( minha Patria ) entendo , que no seu espaço de corpo , e na formalidade das suas columnas , está tudo com o aceyo , e primor da mesma Arte ; porque a proporçaõ de todo o seu quadro he fezquialtera , repartindo-se as suas naves em dez columnas, que saõ tres livres de cada lado, e quatro, que lhe vaõ quase meyas canas embebidas nas paredes , duas nos lados da Capella mayor , e outras duas , que tambem vaõ meyas canas embebidas nos lados da porta principal , fazendo todas o já dito numero de dez , e todas sustentaõ os seus arcos , que estaõ embebidos na mesma abobeda , sendo esta toda abatida em barretes regulares , os quaes os dividem os arcos de pedra, rematandolhe os fechos dos meyos com cintas tambem de pedra, elevando-se as columnas a pegarem com os seus capiteis nos angulos dos mesmos barretes; e por esta fórma se vê , que muito pouco empucho faz esta abobeda nas suas paredes ; e com as medidas desta formalidade podemos entender , que nas Igrejas de columnas , ou sejaõ mayores, ou menores, he esta planta a mais bem acertada , assim para a duração , como para a sua fermosura.

[Capítulo XX, 391-392]

Citação 3

Capitulo XXI, Trata das formaturas , e mediçoens dos Templos [...].

Neste capitulo proporemos a fortaleza, que he precisa para a boa segurança de qualquer Templo, pois em semelhante materia he esta advertencia muito necessaria. Das paredes depende toda a firmeza dos tectos, assim os que forem de abobedas, como os de madeira ; e para este fim se deve advertir , antes que se dê principio aos alicerces , com que coberturas se haõ de fechar ; se haõ de ser de abobedas de pedra , ou de tijolo , ou se de madeira. Tambem se haõ de considerar as larguras dos vãos pela força , que multiplicaõ aos empuchos das abobedas ; e antevendo isto com bom discurso , se farão as grossuras das paredes com as proporçoens necessarias , que naõ excedaõ por grossas, nem por delgadas possaõ correr perigo , dandolhe huma mediana proporcionada.
As paredes dos Templos, que levarem abobedas de pedra , por serem de materia mais pezada , se lhe deve dar de grossura a terça parte da largura do vaõ da mesma Igreja , isto he, naõ levando as paredes estribos , que se poem pela parte de fóra , porque póde succeder ficarem estas paredes em ruas publicas ; porém ainda que a abobeda seja de pedra , levando estribos , bem podem ter as paredes de grossura a sexta parte da largura do vaõ da Igreja , e o que faltar para fazer o terço completo , se lançará nos estribos ; e se aos estribos se lhe der mais de sahida , mais fortaleza faraõ. Esta fortaleza , ou esta advertencia , he do Padre Fr. Lourenço de S. Nicolao, Religioso Descalço , da Ordem do grande Patriarcha Santo Agostinho , Hespanhol de naçaõ , ( e grande Mestre de obras dos seus tempos ) que poem na sua Arte , que compoz de uso de Architectura , parte primeira , capitulo decimo , o que me parece estar isto assim bem ajustado para a segurança de hum Templo.

Os Templos, que se houverem de fazer, ou cobrir com abobeda de tijolo , por ser materia menos pezada , que a de pedra , bem podem as paredes ter menos grossura , e será esta a setima parte da largura do vaõ da mesma Igreja , que de quarenta pés , saõ cinco o seu setimo , e mais cinco setimos do mesmo pé ; e os estribos levaõ na sua sahida hum terço do vaõ, que he o que basta para a fortaleza destas paredes ; e se a abobeda de tijolo for de rosca , levará de grossura a parede a quarta parte da largura do vaõ , que de quarenta saõ dez ; e se a abobeda for rubricada de tijolo , bastará que levem as paredes de grossura a oitava parte da largura do vaõ , que saõ como de quarenta cinco , e os estribos levaráõ a quarta parte ; e se estas paredes , que forem tabicadas por cima , tiverem impedimento para naõ levarem estribos , teraõ de grossura a quinta parte da largura do mesmo vaõ , que he como de quarenta , oito. Nestas abobedas, que temos dito, se guardaráõ com prudencia estas formalidades , que entendo tem a firmeza , que basta para a boa fortaleza , e perseverança ; advertindo porém, que os estribos devem ter duas partes da grossura da parede; e o vaõ , que ha de ficar entre hum estribo , e outro , será ametade da largura do vaõ da Igreja.»

[Capítulo XXI, 393-394]

Referência bibliográfica

Vasconcelos, Inácio da Piedade. Artefactos Symmetriacos, e Geometricos, Advertidos, e Descobertos pela industriosa perfeição das Artes Esculturaria, Architectonica, e da Pintura. Lisboa Occidental: Officina de Joseph Antonio da Sylva, Impressor da Academia Real, 1733.

Fonte

BNP BA 237 V.

Acesso

HathiTrust Digital Library

Documento

Impresso [digitalizado]

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1733 | Artefactos Symmetriacos, e Geometricos