Apresentação e Objetivos

O presente arquivo é um projeto realizado por Filipa Caetano, aluna do 3.º Ano da Licenciatura em História na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCSH), no âmbito do estágio curricular "Construir arquivos digitais para divulgação de fontes históricas", promovido pelo Laboratório de Humanidades Digitais (Lab_HD) do Instituto de História Contemporânea (IHC), com a orientação de Daniel Alves e Joana Vieira Paulino, investigadores do Lab_HD.

O arquivo digital "Os Mutilados da Guerra (1914-1918): reavivar uma memória" propõe-se funcionar como ponto de partida para o estudo e divulgação da história dos mutilados portugueses da Primeira Guerra Mundial. Tem como objetivo analisar os tipos de mutilações que infligiram o corpo do combatente (amputações e mutilações faciais) ao longo do conflito, mas também compreender como ocorreu o processo de reabilitação, reeducação profissional e reintegração social dos mutilados portugueses no pós-guerra, através da partilha de fontes históricas relacionadas com a opinião científica, a ação governativa, a opinião pública e os testemunhos dos próprios mutilados (ver página "Discursos" e respetivas subpáginas). Sendo esta questão transversal a qualquer país beligerante, este arquivo pretende igualmente estabelecer, a partir da documentação disponibilizada, uma perspetiva comparada com o panorama internacional. Tendo em conta a brutalidade tecnológica da Grande Guerra, fazemos referência aos inválidos da guerra (detentores de uma definição legal distinta dos mutilados), designadamente os cegos e os gaseados.

No que concerne à metodologia utilizada, optámos por desenvolver este arquivo na plataforma digital Omeka S, visto que assegura uma organização apelativa da informação, estruturada em metadados (de ontologias comummente utilizadas), e permite a sua interoperabilidade com outras plataformas nacionais e internacionais. De forma a guiar o visitante na sua pesquisa, a informação encontra-se dividida em páginas com as respetivas subpáginas:

  • Na subpágina "Estado da arte (plataformas digitais e bibliografia)", fazemos um balanço sobre a proliferação de diversos sites dedicados ao legado da Primeira Guerra Mundial por ocasião do seu centenário (2014-2018), mas também o desenvolvimento da presente temática no campo historiográfico, a nível nacional e internacional.
  • A página "Uma dor comum" diz respeito à história dos mutilados da Grande Guerra, que, contextualizando a participação de Portugal no conflito, incide nas mutilações provocadas pela brutalidade tecnológica do mesmo e no processo de reabilitação, reeducação e reintegração social.
  • Dispomos também de uma cronologia, associada aos principais acontecimentos e às obras mais importantes acerca dos mutilados.
  • O visitante pode explorar as páginas "Discursos", onde a documentação está organizada de acordo com a sua temática (iniciativas governativas, discursos científicos, entre outros), e "Imagens".
  • Por último, na página "Para saber mais", disponibilizamos sítios digitais de referência e sugestões bibliográficas, para o visitante aprofundar o seu conhecimento sobre a temática.

Agradecemos o apoio da Liga dos Combatentes neste projeto, dado que permitiu a disponibilização de fontes históricas, provenientes da sua Biblioteca, cuja digitalização considerámos pertinente, tendo a posteriori sido realizada uma leitura OCR da mesma. Reunimos também documentação diversa (monografias, cartazes, periódicos, fotografias, legislação, filmes, pinturas, entre outros) que se encontra disponível online em vários arquivos digitais e museus, nacionais e internacionais.

 

Um mutilado observa a placa de gesso do seu próprio rosto, a partir do qual será criada uma prótese facial para encobrir a zona do olho perdido, no The Tin Noses Shops, sob o cuidado do artista inglês Francis Derwent Wood (1871-1926), instalado no 3rd London General Hospital. Fotografia de Horace Nicholls (s.d.), proveniente do Imperial War Museum.

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional e é  financiado por fundos nacionais através da FCT — Fundação para a Ciência e Tecnologia, I.P., no âmbito dos projectos UIDB/04209/2020 e UIDP/04209/2020