Estabelecida em Junho de 1919, no rescaldo da I Guerra Mundial, aquando da elaboração do Tratado de Versalhes, a Sociedade das Nações (SDN), também conhecida por Liga das Nações, constituiu-se como uma primeira tentativa de dotar a sociedade internacional de um mecanismo de segurança coletiva que pudesse evitar uma catástrofe como a que teve lugar entre 1914 e 1918, ao mesmo tempo que encorajava a procura de respostas multilaterais para problemas globais. A sua vigência foi acidentada, não tendo conseguido prevenir o deflagrar de um novo conflito mundial em 1939.
Mas a utopia que a animou – fazer com que as relações internacionais não ficassem reféns da lei do mais forte – continuou a inspirar reformadores e líderes visionários, sendo retomada em 1945, no momento de instituir a Organização das Nações Unidas. Tendo-se constituído como a grande arena internacional para o exercício de uma diplomacia aberta, a SDN afirmou-se como o primeiro grande “parlamento internacional”, o local onde pequenos e grandes estados, uma vez por ano, esgrimiam, pacificamente, os seus argumentos, em sessões difundidas pelos modernos meios de comunicação de massas (rádio, atualidades cinematográficas).
Neste sítio disponibilizamos uma coleção de objetos digitais que procuram dar uma visão internacional e transnacional da instituição, sem descurar o envolvimento de personalidades portuguesas, tanto as oficiais, como as da sociedade civil, na sua história. Muitos deles estão patentes na Exposição “Sociedade das Nações (1920-1946): Promessas e Legados" que assinala o centenário da Liga das Nações. Inaugurada na Biblioteca Nacional de Portugal em janeiro de 2020, cem anos após a sessão inaugural do Conselho da SDN, e com conclusão inicialmente prevista para 24 de abril, Dia Internacional do Multilateralismo e Diplomacia Pela Paz, foi prorrogada até 27 de junho. Um livro homónimo, com o mais recente estado da arte internacional em língua portuguesa, estará em breve nas livrarias, reais e virtuais.