Item

Rui Mendes

Nome do entrevistador/a

Joana Dias Pereira

Local

Grupo de Educação e Recreio Campos Melo

Data

3 de junho de 2021

Nome do entrevistado/a

Rui Mendes

Data de nascimento

1970

Local de nascimento

Covilhã

Escolaridade

12º ano de escolaridade

Situação civil

Casado

Filhos

Tem dois filhos.

Profissão

Trabalha na área da construção civil

Associações em que participou

Grupo de Educação e Recreio Campos Melo

Religião

Católico

Sinopse da entrevista

Descreve a atividade atual da coletividade, destacando várias e diversificadas atividades desde o Covimúsica às aulas de Zumba. Revela quais as principais transformações recentes do associativismo, destacando a maior participação das mulheres. Discorre largamente sobre os novos desafios que se colocam ao associativismo e os planos que a atual direção tem para os enfrentar, como por exemplo o de promover uma maior aproximação às escolas. Valoriza a memória histórica do associativismo que destaca como um dos fatores de motivação e empenho na promoção da coletividade. Apresenta a sua interpretação pessoal sobre a natureza do associativismo no meio operário da Covilhã.

Palavras-chave

Testemunho

P: Então agora só para ficarmos com o registo do seu nome e naturalidade.

Rui Mendes: Rui Mendes, natural da Covilhã, nasci e fui criado aqui no bairro municipal.

P:E esta propensão para o associativismo é de família?

Rui Mendes: Sim, é um pouco, porque também a nossa vivência passou pelo associativismo, passou por estarmos aqui nesta casa, que me viu crescer e que ganhámos a paixão, porque isto vai de família e vai precisamente pelo bairrismo que existia à volta desta coletividade, isso acaba por nos envolver também.

P: Em que ano é que nasceu?

Rui Mendes: Em 1970.

P: E estudou aqui nesta escola?

Rui Mendes: Estudei nesta escola, exatamente, até à quarta classe.

P: E depois, qual é que foi o percurso profissional?

Rui Mendes: Tenho o 12º segundo ano de escolaridade, enveredei pela área comercial em que comecei a minha área profissional, na área de informática, em 1989. E depois tive uma atividade também por conta própria, na área dos equipamentos hoteleiros. Neste momento, estou na área da construção civil, a nível de venda de materiais para a construção civil, numa grande empresa nacional. Felizmente, tive a sorte de abraçar esse projeto e é uma empresa que neste momento já tem uma faturação muito grande, tem 12 armazéns a nível nacional, o que me tem dado um élan, a nível de experiência também, para poder com a minha experiência ajudar o Campos Melo a vingar.
Porque de facto foi… nós estamos aqui há dois anos, esta direção, e chegámos aqui com uma situação difícil, financeira, e ao fim de dois anos eu posso dizer-lhe, é público, porque tivemos uma assembleia há cerca de duas semanas, onde divulgámos os resultados, posso dizer que financeiramente estamos muito saudáveis. Temos sim, neste momento, um problema que é o que está a atravessar a nossa sociedade e agora temos que dinamizar, quando pudermos fazê-lo, para termos pessoas, porque é um pouco aquilo que se está a passar aqui neste bairro, a desertificação, pelo que vamos ter que arranjar maneira de dinamizar possivelmente o espaço, que é aquilo que falta neste momento. Creio que temos que trabalhar um bocadinho agora nesse sentido e esperar que a pandemia nos deixe fazer alguma coisa.

P: É casado? Tem filhos?

Rui Mendes: Sim, sou casado, tenho dois filhos. Na direção também está minha mulher, está um dos meus filhos, o mais velho. O mais novo também já nos dá uma mãozinha aqui quando precisamos, em casa e aqui. O mais velho, posso dizer, que quando eu participei aqui numa direção em 2010, que por conseguinte foi a minha primeira direção - sempre estive ligado ao associativismo, ao ténis de mesa, porque aprendi também aqui o ténis de mesa e depois fui impulsionador também de uma secção em que dávamos formação aos jovens e tudo, ao Covimúsica, desde há muito tempo, e de facto, em 2010 participei pela primeira vez numa direção - e que o meu filho mais velho foi um dos impulsionadores a nível da área digital. Acabou por nos ajudar a transformar um bocadinho esta fase do papel e do que era o antigamente e transformar um pouco a evolução que estamos a ter hoje, daí que ele também já está enraizado aqui nisto e acredito que vai continuar no futuro a ter uma ligação muito forte aqui ao Campos Melo.
Basicamente, neste momento o que estamos a tentar fazer é precisamente continuar a engrandecer esta casa, fazendo com que o Campos Melo possa vir a ser representado nas marchas populares, porque eu acho que nós sempre tivemos um bom percurso, ganhámos as marchas populares por duas vezes e que na cidade da Covilhã é um ex-libris também, que este ano não vai acontecer. Para além disso, temos o Covimúsica que está no ativo, temos neste momento o zumba, que é uma atividade de senhoras que vêm aqui duas vezes por semana, o que é excelente. Temos uma secção de matraquilhos, em que temos atletas federados que no ano passado foram campeões nacionais de associações, o que foi muito bom e que estamos a apoiar. E o objetivo será a passar pela formação na área dos matraquilhos também, captar jovens, o que é fundamental, porque nós temos aqui bem perto de nós uma escola primária, em que o objetivo será no próximo ano, isto é, se nós continuarmos, porque vamos ter eleições dia 19 deste mês, será captar precisamente esses jovens para virem para aqui.
Até, por conseguinte, poder ter algum protocolo com a escola para podermos criar alguma dinâmica, não só nos matraquilhos, mas também no ténis de mesa, porque foi sempre uma atividade desportiva que teve também muito sucesso aqui. Outrora, de facto, houve muita coisa. O teatro também teve aqui momentos áureos, muito, muito bons, o futsal, as marchas populares é claro, que envolvia muita gente e que eu tenho muita pena que tenha havido agora este interregno todo, porque movimentava muito. Para já, de facto, é cativar as pessoas para elas voltarem.

P: Estávamos há pouco a ver que as mulheres só começaram a participar após o 25 de Abril. Que outras grandes transformações é que houve? Era criança, mas se calhar lembra-se…

Rui Mendes: É assim, a transformação que eu notei foi que de facto a participação das mulheres, que é fundamental. E eu posso-lhe dizer que nós, nesta direção inicial, o meu objetivo, quando quis fazer uma equipa, foi também olhar muito para as mulheres, porque elas trazem-nos outra perspetiva de ver alguns assuntos que é necessário nestas casas haver. Para além disso, têm maior sensibilidade. Também às vezes é necessário um esforço maior por parte delas, porque às vezes é preciso limpar. É preciso estar mais atento a certos pormenores que nós homens passamos ao lado. E aqui na nossa direção nós tivemos aqui, neste momento são cinco mulheres que estão. Apenas já, infelizmente, duas no ativo, as outras três abandonaram este projeto, porque às vezes... é pena que isso aconteça, mas vai das pessoas, há umas que têm mais motivação do que outras para estar a enfrentar estes desafios.
Eu penso que fundamentalmente a evolução que estamos a ter e ela está a provocar alterações na nossa sociedade. As pessoas estão a ficar mais fechadas. E isto está-nos a dar que pensar muito, como é que nós vamos fazer para continuarmos a criar atividade numa casa destas, que está na zona mais a norte da cidade, quando a cidade está a crescer para baixo. E como é que nós vamos puxar as pessoas para aqui? Eu, por exemplo, eu neste momento vivo a sete quilómetros daqui, eu tenho que me deslocar aqui de propósito, ou seja, se estivesse no bairro e se houvesse gente aqui no bairro era muito mais simples.
O que é que vamos ter que fazer? É uma bela questão. É uma bela questão que para já ainda não consegui responder na totalidade. Porque tenho ideias, temos ideias, se nós ficarmos por aqui, eu teria muito gosto em continuar, mas de facto a minha vida profissional às vezes não permite. Mas dentro do que é possível, continuo a estar e eu acho que neste momento o grande desafio é trazer a juventude para estas casas. Eu acho que é o maior desafio, porque a juventude é que vai ser o futuro e aí é que parte precisamente a nossa ideia de irmos tentar captar essas camadas jovens. Porque, aliás, há outras associações que já o estão a fazer, e bem, e temos que tomar como exemplo, precisamente isso que se está a passar com eles, porque em algumas conversas que temos tido, a experiência deles diz mesmo isso, que é necessário trazer a juventude agora para esses projetos e envolvê-los. Penso que é por isso mesmo que vai passar este desafio. Agora se vamos conseguir…

P: Em relação àquela questão da memória que me interessa perceber, como é que é transmitida a memória destes tempos, que estes senhores nos estiveram a contar, acha que esse legado é passado, ou seja, eles contam, vocês absorvem?

Rui Mendes: Sim, quem está aqui diretamente ligado com eles consegue absorver essas histórias. Mas muitas delas perderam-se, porque eles vão desaparecendo, esses homens que estão aqui e que estiveram aqui muitos anos a fio e que os registos começam a ser menores. E como também não há muita gente a dar continuidade a este trabalho, porque estamos a ver a dificuldade que existe em captar pessoas para estarem à frente destas associações, o que também vai demostrando algum desinteresse por parte das pessoas e elas acabam por não já não olhar para isto como algo que tenha que ser preservado, mas como algo que está e que se calhar vai continuar a estar, mas começa a fazer parte do passado. É pena que isso aconteça.
Nós tínhamos um objetivo no ano passado de fazer precisamente uma atividade para tentar reavivar as memórias das pessoas, convidarmos os sócios a vir ouvir a estas histórias, mas eu penso que se calhar é um desafio para o próximo ano ou para os próximos dois anos. Fazer algo do género e aproveitar talvez o mês do aniversário para que se possa fazer um dia dedicado precisamente a isso, para reavivar as memórias daqueles que já as viveram. E então talvez passar precisamente essas mesmas memórias para aqueles que ainda estão aqui e que possam dar continuidade e explicar aos filhos como é que isto era. É, mas, de facto, está-se a perder muita informação, sem dúvida.

P: E há assim alguma história marcante que seja simbólica, ou seja, se há algum acontecimento que seja mais conhecido?

Rui Mendes: Da coletividade há, o teatro, por exemplo, uma peça de teatro que é a Casa de Pais, que é uma peça que foi apresentada aqui nos anos 50, porque é uma peça do Ruy de Carvalho, onde interveio o Ruy de Carvalho nos anos 40 e pouco. Eu acho que foi um momento áureo aqui e daí o Ruy de Carvalho também ter vindo aqui quando, há cerca de sete, oito anos, o teatro aqui voltou a reativar essa peça. Foi feito o convite precisamente ao Ruy de Carvalho para estar presente numa sessão que aconteceu no teatro da Covilhã. Esse foi um dos grandes momentos, porque de facto havia aqui a cultura.
Esta foi uma casa dedicada ao início essencialmente à cultura, à educação, em que o objetivo era precisamente implementar essas ideias, esses valores e era aqui que as pessoas se entretinham e que faziam do seu tempo livre um bocadinho, o querer estar na cultura. Tinham também um rancho folclórico. Ou seja, esse foi um dos momentos altos. Um dos outros, para a própria associação, foi um objetivo que que já se tinha há muito tempo, que era ter um ringue, porque o Campos Mello, a dada altura, a nível regional, teve uma equipe de futsal que dominou durante dois, três anos, dominou futsal em termos de regional. E um dos objetivos na altura era precisamente, e que nós não tínhamos, era ter esse espaço, que hoje é um espaço que, infelizmente, não está devoluto mas não tem atividade e que havia necessidade de dinamizar. Esse foi o momento alto, foi quando conseguimos atingir esse objetivo, e que agora, costumo dizer, é um elefante branco que ali está. É pena que assim seja.

P: Fale-me mais um bocadinho desta questão da cultura. Acha que isso se deve por exemplo à tradição operária?

Rui Mendes: Sim, também.

P: Como é que essa tradição operária e esta homogeneidade, o facto de quase toda a gente, pais, filhos, mulheres, trabalharem na indústria, marcou o associativismo?

Rui Mendes: Marcou, porque nós... a casa surgiu precisamente de cinco pessoas que se juntaram aqui numa tasca, numa tasquinha, que eram operários, tiveram por ideia precisamente criar este espaço onde as pessoas poderiam então conversar, onde poderiam ler, onde poderiam dinamizar as atividades culturais. O movimento operário teve uma importância brutal, tanto é que esta sede está assente num terreno que foi doado por uma família, que era a família Campos Mello, que era uma das famílias mais ricas da cidade e que tinha precisamente uma...
Eles eram pessoas muito humanas, tanto é que abraçaram este projeto, dando o terreno, precisamente porque era para ser para aquele fim. E tanto é que a família Campos Melo foi aquela que deu também os terrenos para a escola secundária Campos Melo. Pronto e aí o operariado, sem dúvida, nós estamos aqui, como podemos ver ainda quando olhamos aqui para muitas fábricas devolutas. Porque esta era a zona onde havia mais fábricas. As fábricas implantavam-se nas zonas da descida da água, porque era para aproveitarem a água que existia para fazer a lavagem das lãs, etc. E de facto aqui havia precisamente muita gente, muita gente que estava ligada a esse setor e que sentia necessidade de ter que vir para um espaço onde podiam ouvir rádio, jogar às cartas e onde podiam vir conversar.
E depois, por inerência, começaram a surgir precisamente o teatro, os ranchos. Faziam aqui atividades que eu ainda há tempos ouvia destas pessoas mais antigas, que eram os bailes, que eram os chás, eles chamavam os chás dançantes, que eram interessantíssimos e que fazia com que... Vinha gente de toda a cidade para o Campos Melo. E gostei muito de ouvir porque são aquelas coisas que vão ficando precisamente aquilo que tinha a ver com a componente cultural que existia aqui e que se implementou. De facto acho que o operariado...eles tinham a necessidade, eles tinham necessidade de se cultivar. E isto é engraçado. Como é que é possível? E olhando para esta casa conforme ela está. Como é que é possível as pessoas, que tinham na altura dificuldades financeiras enormes, porque os ordenados eram baixíssimos, terem uma dinâmica, uma vontade, um querer para erguer uma casa com esta dimensão?
Sem dúvida que isto é de valorizar, porque, por isso é que eu tenho dito, e isto às vezes cria alguma emoção, porque nós e quem vive esta casa tem que pensar que ela não pode morrer, precisamente para nós podermos valorizar todo esse esforço das pessoas que durante estas gerações todas trabalharam aqui com afinco e de uma forma voluntária. Porque o Campos Mello teve aqui um período difícil, com alguns altos e baixos e até com situações muito delicadas, a ter que encerrar portas e foi agora, com a nossa direção. Tivemos aqui um período muito complicado e eu falo nisto porque doeu-me muito ter que ter esta casa fechada um mês. E não estou a falar do período pandémico, porque isso foi forçado. Foi num período em que nós nos vimos aqui numa situação financeira difícil. Não tínhamos ninguém para ter o bar aberto, porque o bar é que mantém a casa aberta. Ainda hoje estamos com uma situação delicada, em que não conseguimos ter o bar aberto para além das cinco, porque não temos gente devido a esta desertificação. Mas eu queria chegar a dizer que esta casa não pode fechar, ela tem 80 anos, e neste momento acredito que não vai fechar. Eu posso afirmar isso, não vai fechar. Agora, é preciso haver gente que se dedique e continue a pensar que isto é uma história imensa e que não pode fechar portas. Daí que nós continuamos aqui a trabalhar, esforçando-nos um bocado e apelando aos sócios que também nos ajudem. E é isso é que é fundamental.
Felizmente, eu tenho que dizer isto, temos tido por parte dos sócios, que tivemos aqui uma ação junto deles e ainda não terminamos, em que foi solicitado que eles fizessem um aumento de quota voluntário para continuarmos a manter esta casa de pé e eu digo que isto é brutal. As pessoas sentem a casa e todas elas quiseram ajudar, dentro das suas possibilidades. Não houve ninguém que dissesse que não queria ajudar. E isso é sinal de que há vitalidade. É sinal de que nós temos que continuar a fazer esse trabalho. Por isso cá estaremos.

P: Só mais uma questão, estava a falar e nós temos estado a falar em torno mais dos ativistas principais, depois há toda uma massa associativa e pelo que eu percebi das suas palavras, a questão da história, da tradição, tem um peso grande até para motivar a manter as portas abertas e perpetuar esta tradição. Acha que essa história, essa tradição também pesa para a massa associativa, no sentido de ajudar a manter, ou seja há este sentimento que é algo que é preciso ser preservado?

Rui Mendes: Sem dúvida. E digo isto porquê? Porque o Campos Mello, ao ter 600 sócios e como eu disse, o bairro está desertificado, ou seja, não há aqui 600 pessoas. E o Campos Mello é abrangente, porque temos sócios em toda a zona da cidade da Covilhã, no concelho da Covilhã existem sócios por todo o lado, por conseguinte até em freguesias que estão anexas. O que diz bem do movimento associativo que o Campos Mello tinha. Para além disso, e segundo rezam as crónicas, o Campos Melo chegou a ter perto de 3000 sócios, ora o que dizia bem da sua dimensão. E eu creio que sim, creio que precisamente esta vontade dos sócios em querer manter o Campos Mello de pé e de portas abertas é importantíssimo. Nós também estamos a desenvolver esse trabalho, porque acho que é fundamental olhar para eles como algo muito importante.
Acho que é a base e o trabalho que estamos a fazer é um pouco chegar mais perto deles. Como? Nós, neste momento, optámos por enviar mensagens, por isso é que estamos a fazer até a atualização do ficheiro para termos os contactos, porque hoje em dia, por mensagem chega-se muito facilmente, não podemos ir por Facebook, etc., porque não conseguimos chegar aos sócios mais antigos. Mas hoje, felizmente, até os antigos já têm um telemóvel e muitos deles já conseguem ver essas mensagens. E o objetivo é precisamente esse, é dizer-lhes que temos a atividade A ou B ou C e é importante para eles poderem saber e dizer assim, e lembrarem-se: “Epá, olha o Campos Mello vai ter isto” e eventualmente eles até virem aqui, mais que não seja para tomar um cafézinho. E é isso que estamos a trabalhar e é isso que é necessário neste momento. Trabalhar para que essa informação chegue junto deles para que eles não abandonem esta Casa e para que sintam esta Casa como deles. Porque não podem ser apenas um número, não podem ser apenas uma pessoa que está a contribuir com a sua quota e que o Campos Mello em si, quem está aqui a gerir os destinos da casa, se esqueça deles e os interprete como um número. Eu acho que o caminho tem que ser precisamente esse, dar a importância que estamos a dar a quem passou cá e importância a quem ainda cá está, que continua a ajudar, acho que é este contrabalanço que faz com que olhemos para o futuro. Porque a história faz parte da casa e o futuro faz parte de quem ainda continua pronto.

P: Muito obrigada. Só para efeitos estatísticos, mais uma pergunta que estou a fazer a toda a gente: professa alguma religião?

Rui Mendes: Sim, eu sou católico, não praticante neste momento, mas sou católico.

P: E tem filiação em algum partido político?

Rui Mendes: Não.

Conjuntos de itens