Francis Derwent Wood conclui uma prótese facial para um paciente, no 3rd London General Hospital
Item
-
Título
-
Francis Derwent Wood conclui uma prótese facial para um paciente, no 3rd London General Hospital
-
Produtor
-
NICHOLLS, Horace
-
Data
-
[s.d.]
-
Local de produção
-
Londres, Inglaterra
-
Tipo de documento
-
Fotografia a preto e branco
-
Língua
-
eng
-
Resumo
-
A destruição do rosto significava a perda de identidade. O desenvolvimento da cirurgia plástica por Harold Gillies constituiu, para os soldados severamente desfigurados, uma oportunidade de lhes ser reposta a sua humanidade. Contudo, o trabalho do cirurgião era limitado, pois não conseguia harmonizar novamente o rosto. Persistiam as cicatrizes e havia partes do rosto que não eram completamente corrigidas. Este cenário traduziu um enorme impacto psicológico: estes indivíduos não se reconheciam, nem eram reconhecidos pelas suas próprias famílias. Assim, tornou-se necessário encontrar uma forma de concluir o trabalho do cirurgião, de forma a evitar o isolamento social dos desfigurados.
Em 1916, pela iniciativa do escultor britânico Francis Derwent Wood (1871-1926), foi criado The Masks for Facial Disfigurement Department, mais conhecido por The Tin Noses Shop, instalado no 3rd London General Hospital. Neste departamento, Wood construiu próteses faciais que eram o mais realistas possíveis, sendo aplicadas na parte ferida do rosto, para que os mutilados readquirissem a sua autoestima e autoconfiança. Nesta fotografia, a prótese encobre a zona do olho.
Porém, era um processo complexo e moroso. Em primeiro lugar, era necessário que, após a operação cirúrgica, as feridas estivessem completamente cicatrizadas. Depois, procedia-se à reprodução do rosto em gesso, um processo em si sufocante para o paciente. Cabia ao artista dar vida às máscaras, pintando a sua superfície metálica, tendo em consideração ao tom de pele do paciente. Por fim, eram trabalhados os detalhes como, por exemplo, pestanas, bigodes e sobrancelhas, feitos a partir de cabelo humano.
Desconhece-se ao certo o número de máscaras produzidas por Wood entre 1916 e 1919, ano em que The Tin Noses Shop foi encerrado. A eficácia das máscaras era, contudo, limitada. Por um lado, mesmo que fossem realistas, eram inexpressivas. Por outro lado, as máscaras não reconstituíam a capacidade de mastigar ou engolir, principalmente em casos de destruição da estrutura dentária. Além disso, usar a prótese facial era desconfortável para o próprio mutilado.
ALEXANDER, Caroline - "Faces of War". Smithsonian Magazine (February 2007). (Disponível em https://www.smithsonianmag.com/arts-culture/faces-of-war-145799854/)