7. Diversificação e inovação

A Ulmeiro preocupou-se em recuperar clássicos esquecidos de Camilo, Augusto Gil, António Nobre, Trindade Coelho, Raul Brandão, entre outros, bem como nomes mais próximos, como Noémia Seixas, pioneira surrealista de quem editou um pioneiro romance que aflorou a Guerra colonial. Nos estrangeiros, destaquem-se reedições de Voltaire, Hans Christian Andersen, Machado de Assis, Edgar Allan Poe, Kafka, Strindberg, Virginia Woolf, Henry Miller, Jiddu Krishnamurti, Alfonso Uribe Jaramillo e Beatriz Borovich.

Retomou o teatro contemporâneo, desta feita apenas o português, através da colecção Barca Nova, com peças de António Júlio Valarinho (seu organizador), Jaime Salazar Sampaio, Fernando Dacosta, António Macedo, Luís Figueiredo Tomé, Orlando da Costa e, para a petizada, Carlos M. Rodrigues, Maria Helena Ançã e António M. Pires Cabral.

Inovação maior foi reincidir em novos autores lusos, como Hélia Correia, Hugo Santos, José Viale Moutinho, Maria Ondina Braga, Mário Rui Cordeiro e o polifacetado Miguel Barbosa, desdobrado pelo teatro, contos, romance, ensaio e policiais de Rusty Brown (neste âmbito ladeado por Artur Cortez/António Modesto Navarro). Apostou em Ascênsio de Freitas e na poesia no feminino: Helena Malheiro, Isabel Sá, Lídia Martinez, Maria Graciette Besse, Noémia Seixas (pioneira poetisa surrealista lusa), Wanda Ramos, etc.

Recuperou poetas de correntes inovadoras, como os dos grupos Árvore (António Ramos Rosa, Luís Moita, Raul de Carvalho) e Notícias do Bloqueio (Luís Veiga Leitão), da poesia angolana (António Cardoso e David Mestre) e da poesia visual/experimental. Desta corrente, editou a antologia de referência Poemografias (1986), organizada por Fernando Aguiar e Silvestre Pestana e incluindo textos teóricos de Alberto Pimenta, Ana Hatherly, José-Alberto Marques, E. M. de Melo e Castro e Salette Tavares, entre outros. Através de chancela associada (a Fólio Exemplar), publicou também um livro de Hugo Beja, um dos principais representantes do movimento poético desintegracionista. Reeditou António Nobre e Fernando Pessoa e publicou a integral da poesia popular de António Maria Eusébio (o Calafate). Homenageou poetas estrangeiros como Rimbaud, Jean Paul Mestas, William Burroughs e Allen Ginsberg. Lançou ainda nova poesia de Álamo Oliveira, António Salvado, Luís Filipe Sarmento, Manuel Cintra e do próprio editor.

Divulgou também a narrativa curta, através de obras de António Cardoso e Rui Sousa Coelho e a antologia Contos portugueses modernos, com Agustina Bessa Luís, Herberto Helder, Almada Negreiros e Miguel Torga. E pelo retomar da literatura para crianças, com êxitos italianos mas também portugueses, como a 40.ª ed. de A criança e a vida, de Maria Rosa Colaço, e a 2.ª ed. de A história do hidroavião, de António Lobo Antunes.

Apostou ainda na literatura e ensaio luso-africanos e na história pátria, com obras de referência de Herculano, Antero, Oliveira Martins e Teófilo Braga.

7.1-7.4

Foto-montagem de 4 capas de livros clássicos lusos editados pela Ulmeiro [Esp. JAR]:
A farsa, de Raul Brandão (col. Clássicos da língua portuguesa, n.º 8, pref. Manuel Cintra, 1984); ►Primaveras românticas, de Antero (col. Clássicos da língua portuguesa, n.º 5, pref. Nuno Júdice, 1985); ►Gente do século XIX, de Trindade Coelho (col. Clássicos da língua portuguesa, n.º 12, org., pref. e notas de Viale Moutinho, 1987); ►À Lisboa das naus, cheia de glória, de António Nobre (col. Texto e imagem, n.º 1, fot. Pepe Diniz, 1993).

 

7.5

Ofício da Ulmeiro de 1984 para promoção editorial do livro Primaveras românticas, de Antero de Quental [AHBPPD/ Arq. Natália Correia].

 

7.6

Página 6 do n.º 5 de Ulmeiro jornal, 4/1985, contendo o texto “Clássicos da língua portuguesa” [BNP].
Os ‘clássicos’ e outros esquecidos foram pedra de toque da Ulmeiro, que recuperou textos de Camilo, Antero de Quental, Augusto Gil, António Nobre, Francisco Leite Bastos, Raul Brandão, etc. A reedição de Nobre fez-se num álbum com fotografias do luso-americano Pepe Diniz. Algumas destas edições implicaram um trabalho de pesquisa e resultaram em paratextos úteis, como no caso de Gente do século XIX, de Trindade Coelho, com org., pref. e notas de Viale Moutinho, em 1987. Esse laborioso 'resgate' foi elogiado por estudiosos como António José Saraiva, co-autor da influente História da literatura portuguesa, em conversa com José Antunes Ribeiro, a propósito do livro Primaveras românticas, de Antero.

 

7.7-7.11

Foto-montagem de 5 capas de livros clássicos estrangeiros da Ulmeiro [Esp. JAR]:
O corvo e outros poemas, de Edgar Allan Poe (1ª ed., 1989, trad. Fernando Pessoa, il. Lídia Martinez); ►Breve catequese para a classe oprimida, de August Strindberg (col. Mínima, n.º 22, 2003, trad. e pref. Alexandre Pastor); ►Sátiras, de Faustino Xavier de Novais (org. e pref. Viale Moutinho, 1998); ►Aforismos, de Franz Kafka (col. Mínima, n.º 20, 2001, trad. Madalena Almeida); ►O momento total, de Virginia Woolf (col. Ulmeiro Universidade, n.º 7, org. e introd. Luísa Maria Rodrigues Flora, 1985).
Desde os anos 1980 e até hoje, a Ulmeiro apostou em clássicos estrangeiros, casos de Edgar Allan Poe, August Strindberg, Faustino Xavier de Novais, Kafka e Virginia Woolf.

 

7.12-7.16

Foto-montagem de 5 capas de livros de autores lusos da Ulmeiro [Esp. JAR]:
A nau eléctrica, de Mário Rui Cordeiro (1984, il. do a., pref. Miguel Serras Pereira); ►A guerra do rapa-tudo, de Miguel Barbosa (col. Imagem do corpo, n.º 32, 1985); ►Até hoje (memória de cão), de Álamo Oliveira (1986, il. Lud [pseud. de Ludgero Viegas Pinto]); ►Podem chamar-me Eurídice, de Orlando da Costa (5/1985, v.o.1964); ►A reconquista de Olivença, de Ascênsio de Freitas (col. Imagem do corpo, n.º 79, 2001).

 

7.17-7.20

4 fotografias da sessão de lançamento da reedição pela Ulmeiro do livro Podem chamar-me Eurídice, com o autor (Orlando da Costa), José Viale Moutinho, Cecília Barreira, José-Alberto Marques, Miguel Barbosa, entre outros participantes (Lisboa, 1985), [Esp. JAR].
Nos anos 1980, a Ulmeiro procurou divulgar obras literárias representativas de várias correntes e autores. Para além da escrita no feminino, relançou autores como Álamo Oliveira, Ascênsio de Freitas (que recebera o Prémio Vergílio Ferreira em 1999) e Orlando da Costa, com o texto da peça A quanto estão os cravos hoje? (1984), reflexão crítica sobre a Guerra colonial e a sua memória, e a reedição do fresco da geração de 60, Podem chamar-me Eurídice, v.o.1964). Apostou ainda em José Viale Moutinho e Miguel Barbosa, ambos com uma obra polímata, e ajudou a revelar Mário Rui Cordeiro e Hugo Santos, entre outros.

 

7.21

Artigo “Montedemo e Incontáveis vésperas. O fantástico e o quotidiano. Duas escritas de qualidade”, Ulmeiro jornal, n.º 1, 2/1984, p. 1 [BNP].

 

7.22-7.24

3 fotografias da sessão de lançamento do livro Montedemo, de Hélia Correia, com a autora, o editor, Fernando Dacosta e outros participantes (Lisboa, Centro Cultural dos Trabalhadores da Companhia Nacional de Navegação, 16/12/1983), [Esp. JAR].

 

7.25

Artigo “Lançamentos/Labirintos do corpo”, Sobreviver, II s., n.º 6, 5-6/1986, p. 15 [Esp. JAR].
Foto-reportagem de sessão de lançamento do livro Labirintos do corpo, de Maria Graciette Besse, com a autora, a livreira Lúcia Ribeiro, os escritores Urbano Tavares Rodrigues, Casimiro de Brito e Ramos Rosa, entre outros participantes (Lisboa, Livrarte, 5/1985).

 

7.26

Fotografia de sessão de lançamento do livro A morte das imagens, de Helena Malheiro, com o editor, a autora e o escritor e docente universitário David Mourão-Ferreira (Lisboa, Livrarte, 1986), [Esp. JAR].

 

7.27-7.31

Foto-montagem de 5 capas de livros de novas autoras lusas editados pela Ulmeiro [Esp. JAR]:
Montedemo, de Hélia Correia (1983, capa de Ana Leão); ►Estátua de sal, de Maria Ondina Braga (1983, capa de Ana Leão); ►Restos de infantas, de Isabel de Sá (1984, capa de Graça Martins); ►Labirintos do corpo, de Maria Graciette Besse (1986, capa de António Pimentel sobre imagem de Antoni Taule); ►A morte das imagens, de Helena Malheiro (1986).

 

7.32-7.33

Capa do livro Angústia em Pequim, de Maria Ondina Braga (col. Imagem do Corpo, n.º 19, il. António Pimentel, 1984) e fotografia de sessão de lançamento do referido livro (Lisboa, 1984), com a autora e outros participantes [Esp. JAR].

 

7.34-7.36

Foto-montagem de 3 capas de livros de poetisas lusas editados pela Ulmeiro [Esp. JAR]:
Isabel, Isabel, Isabel, de Noémia Seixas (1983, pref. Maria Isabel Barreno, capa de Carmen); ►Beethoven sob, de Noémia Seixas (1989, il. Estúdio Gr.ª Ulmeiro); ►Cartas de Pedro e Inez, de Lídia Martinez (1994, il. da a.).
A edição e lançamento dos romances Montedemo e Incontáveis vésperas consagrou uma das grandes apostas da Ulmeiro, a escrita no feminino. Para a sua apresentação foram convidados, respectivamente, o escritor Fernando Dacosta e Teresa Santa Clara Gomes, cofundadora do movimento católico GRAAL, ex-governante nos mandatos de Nobre da Costa e de Lourdes Pintasilgo, e ex-deputada da UEDS (União de Esquerda Socialista Democrática).
Nos anos 80 a Ulmeiro dá voz a uma nova geração de mulheres escritoras, que abarcam uma pluralidade de temáticas, desde o exame da Revolução Cultural chinesa (em Angústia em Pequim) à emancipação da mulher e à expressão intimista e experiencial, sobretudo na poesia de autoras como Helena Malheiro, Isabel de Sá, Lídia Martinez, Maria Graciete Besse, Ondina Braga e Wanda Ramos.
Nesta safra incluiu-se Isabel, Isabel, Isabel, de Noémia Seixas, porventura a primeira obra duma romancista a falar da Guerra Colonial, por uma surrealista pioneira assumida.

 

7.37

Artigo “Boas notícias para Cortez”, s.a., Jornal de letras, artes e ideias, ano 6, n.º 213, 4-10/8/1986, p. 23 [BNP].

 

7.38

Publicidade à colecção policial da Ulmeiro, Jornal de letras, artes e ideias, ano 6, n.º 213, 4-10/8/1986, p. 23 [BNP].

 

7.39

Artigo “Porque escrevo e gosto de romances policiais”, de Artur Cortez, Jornal de letras, artes e ideias, ano 6, n.º 224, 20/10/1986, p. 26 [BNP].

 

7.40

Convite para sessão de lançamento do livro O pântano, de Modesto Navarro, com apresentação por José Manuel Mendes e actuação musical de Carlos Paredes (Ulmeiro, [1986]), [Esp. JAR].

 

7.41

Capa do livro A morte do artista: tráfico de diamantes Luanda-Lisboa, de Artur Cortez, Lisboa, Ulmeiro, col. Ulmeiro policial, n.º 1, 1984, il. João Carlos Albernaz [Esp. JAR].

 

7.42

Recensão “Rusty Barbosa ao ataque”, de C[arlos] T. F[rias], Jornal de letras, artes e ideias, ano 6, n.º 213, 4-10/8/1986, p. 12 [BNP].

 

7.43-7.44

Capas dos livros Crimes à rédea solta e Crimes no espaço, de Rusty Brown (col. Ulmeiro policial, respectivamente ns. 6 e 8, 1986 e 1988, il. João Carlos Albernaz), [Esp. JAR].

 

7.45

Crónica “Welcome, Rusty!”, inserta no artigo “Quando Camilo andava de paquete”, de Fernando Assis Pacheco, O Jornal, 25/10/1985, p.8-supl.º Caderno 2 [HM/CML].

 

7.46-7.47

Capa e foto da sessão de lançamento do livro Traga uma orelha de Pedro Sanches, de Jacinto Rego de Almeida, ed. Associação Cultural Espaço Ulmeiro e Edições Fénix, 2019, apresentado pela Prof.ª Luísa Coelho (Lisboa, Palácio Baldaya, 28/3/2019), [Esp. DM].
O policial foi um subgénero no qual a Ulmeiro apostou pouco mas certeiro, através de dois autores portugueses que se imporiam. Primeiramente, António Modesto Navarro, que com o pseudónimo de Artur Cortez rapidamente se tornou um autor de culto (despertando até as atenções de estudantes e professores ingleses). Os seus policiais abordavam temas candentes da actualidade e foram inspirados por episódios traumáticos da sua vida pessoal, incluindo a Guerra colonial, como relata em testemunho para o JL. O outro nome forte foi Rusty Brown, pseud. de Miguel Barbosa, também este um autor elogiado, como na crónica do repórter-escritor Fernando Assis Pacheco, na sua célebre coluna Bookcionário, do semanário O Jornal. Já em 2019, José Ribeiro retomou o policial lançando Traga uma orelha de Pedro Sanches, novela de Jacinto Rego de Almeida que aborda o Brasil violento e desigual da actualidade.

 

7.48-7.51

Foto-montagem de 4 capas de livros de dramaturgos portugueses editados pela Ulmeiro [Esp. JAR]:
Conceição ou um crime perfeito; A jornada; O viajante imóvel, de Jaime Salazar Sampaio (col. Barca Nova, n.º 1, 1980); ►O artilheiro; A terra, de António Júlio Valarinho (col. Barca Nova, n.º 2, 1980); ►O cavalo mágico. História da Inês e da Ana. Crispim, o grilo mágico, respectivamente de Carlos M[anuel] Rodrigues, M. Helena Ançã e António M[anuel] Pires Cabral (col. Barca Nova, n.º 3, 1980, dir. gráf.ª e capa de João Carlos Albernaz, desenhos de Margarida Pinto e Maria José Almeida); ►Um jeep em segunda mão. A súplica[. Um suicídio sem importância], de Fernando Dacosta (1.ª ed., col. Barca Nova, n.º 5, 8/1982, capa de João Carlos Albernaz).
Através da colecção Barca Nova (1981-84) a Ulmeiro pretendeu criar uma “biblioteca popular de autores dramáticos portugueses” contemporâneos. Nela publicou peças de António Júlio Valarinho (seu organizador e que foram premiadas pela Secretaria de Estado da Cultura), Jaime Salazar Sampaio, António Macedo, Luís Figueiredo Tomé, e para a petizada um livro com três peças, de Carlos M. Rodrigues, Maria Helena Ançã e António M. Pires Cabral. Integrou ainda a peça «Um jeep em segunda mão» (no livro homónimo), de Fernando Dacosta, peça “que a RTP não promoveu” (cit. do autor na contracapa), apesar de lhe ter atribuído o Prémio RTP, provavelmente por denunciar as sequelas da Guerra colonial, tema sensível na época. A última peça editada, A como estão os cravos hoje?, de Orlando Costa, avançou para um exame sobre a revolução e foi encenada pela Companhia Seiva Trupe. A colecção foi dedicada “a Fiama Hasse Pais Brandão a quem uma situação imprevista obrigou a renunciar (embora temporariamente) à co-direcção” (cit. Valarinho).

 

7.52

Convite da Ulmeiro para debate em torno do livro Um jeep em segunda mão, com a presença do autor, do editor e de Manuel Alegre, Medeiros Ferreira, Cesário Borga, António Lobo Antunes, Santos Barros, Assis Pacheco, João de Melo, Augusto de Carvalho e Wanda Ramos (sede do CNN, Lisboa, 18/12/1982), [Esp. JAR].

 

7.53-7.56

Foto-montagem de 4 capas de livros de poetas lusos editados pela Ulmeiro [Esp. JAR]:
Mágico Novembro, de Raul de Carvalho (col. Imagem do Corpo, n.º 3, 1982, capa de João Carlos Albernaz); ►Livro da paixão, de Luís Veiga Leitão (1986); ►Poesia, liberdade livre, de António Ramos Rosa ([2.ª ed.], 1986, v.o.1961, il. João Carlos Albernaz, pref. Fernando J. B. Martinho); ►Cidade sem tempo, de António Luís Moita (1985).

 

7.57

Página 13 (poema “Mediadora da escrita”) do livro Mediadoras, de António Ramos Rosa (1985), [Esp. JAR].

 

7.58-7.63

Foto-montagem de 6 capas de livros de escritores lusos editados pela Ulmeiro e pela Vega [Esp. JAR]:
O difícil comércio das palavras, de José Antunes Ribeiro (Ulmeiro, 1984, capa e il. Figueiredo Sobral); ►Cantador de Setúbal, de António Maria Eusébio, o Calafate (Ulmeiro, 1985, vol. 1); ►O banqueiro anarquista, de Pessoa (Ulmeiro, 1987, 3.ª ed. 1997, il. Mário Botas); ►O aprendiz de ventos, de Hugo Santos (Vega e Ulmeiro, 1992); ►Dizer e simplesmente, de Jean Paul Mestas (Ulmeiro, col. Mínima, 1996); ►Largas vias, de António Salvado (Ulmeiro, 2000).
A poesia tornou-se uma área forte da Ulmeiro nos anos 1980, começando com os poemas de cantautores como Zeca e José Barroso e continuando no grupo da revista Árvore, com Raul de Carvalho, Luís Moita e António Ramos Rosa. A maioria destas capas tem a mão de João Carlos Albernaz. Continuou com obras do próprio editor (a que se destaca tem il. de Figueiredo Sobral), de António Maria Eusébio (o Calafate) e de Pessoa (com O banqueiro anarquista, il. Mário Botas). Lançou ainda obras de Luís Veiga Leitão, Jean Paul Mestas, Hugo Santos e António Salvado.
Poesia, liberdade livre é um livro de ensaios de Ramos Rosa recuperado em 1986 e cuja v.o. saíra em 1961 (pela Moraes), com estudos sobre a poesia de Casais Monteiro, Jorge de Sena, Natércia Freire, Alexandre O’Neill, Egito Gonçalves, Pedro Tamen, Herberto Helder e José Gomes Ferreira, ampliada na nova ed. com o prefácio de Fernando J. B. Martinho.

 

7.64-7.67

Foto-montagem de 4 capas de livros de autores novos e consagrados editados pela Ulmeiro [Esp. JAR]:
Fernando Pessoa contra o Homem-Aranha e outras istórias, de Rui Souza Coelho (col. Imagem do Corpo, n.º 37, 1986); ►Contos portugueses modernos, com Agustina Bessa Luís, Herberto Helder, Almada Negreiros e Miguel Torga [antologia bilingue (português e alemão)]; ►A casa de mãezinha: cinco estórias incompletas de mulheres, de António Cardoso (Lisboa/ Luanda, Ulmeiro/ INALD, 1980, col. Obras de António Cardoso, n.º 1, arranjo gráf.º António Domingues, capa de José Rodrigues); ►Hotel Graben, de José Viale Moutinho (col. Imagem do corpo, n.º 63, 1998).
Outra área com produção relevante foi a da narrativa curta, com obras irrepetíveis como Fernando Pessoa contra o Homem-Aranha e outras istórias, de Rui Souza Coelho (1986), Contos portugueses modernos, com Agustina Bessa Luís, Herberto Helder, Almada Negreiros e Miguel Torga e A casa de mãezinha, de António Cardoso, com arranjo gráf.º de António Domingues e capa de José Rodrigues.

 

7.68-7.72

Capa e páginas 16-19 do livro A criança e a vida, de Maria Rosa Colaço, 1.ª ed., Lisboa, ITAÚ, 1966 [Esp. JAR].

 

7.73

Capa do livro A criança e a vida, de Maria Rosa Colaço, 40.ª ed., Lisboa, Ulmeiro, 1996 [Esp. JAR].
Na literatura infantil, a Ulmeiro publicou a 40.ª ed. de A criança e a vida, de Maria Rosa Colaço, obra que fora lançada por José Ribeiro na Itaú, em 1966.

 

7.74

Artigo “800 anos de história com Herculano, Antero de Quental e Oliveira Martins”, Ulmeiro jornal, n.º 3, 5/1984, p. 3 [BNP],

 

7.75-7.76

Foto-montagem de 2 capas de livros de pensadores portugueses do século XIX editados pela Ulmeiro [Esp. JAR]:
História do romantismo em Portugal, de Teófilo Braga (1984); ►Portugal nos mares, de Oliveira Martins (1988, vol. I).
Para a compreensão da história pátria reeditaram-se obras de referência sobre o século XIX de grandes estudiosos, como Alexandre Herculano, Antero de Quental e Oliveira Martins. Foram editados na col.º Oitocentos anos de História, dirigida por Rui d’Espiney e por JAR. No âmbito da especializada história literária, reeditou-se um título marcante de Teófilo Braga, História do romantismo em Portugal, na col.º Ulmeiro Universidade.

 

7.77-7.79

Foto-montagem de 3 capas de livros sobre Cabo-Verde editados pela Ulmeiro [Esp. JAR]:
Contribuição para o estudo da cultura caboverdiana, de João Lopes Filho (1983); ►Vozes da cultura cabo-verdiana: Cabo Verde visto por cabo-verdianos, compil. de João Lopes Filho (1998, capa e il. de César Fidalgo); ►Cabo Verde (aspectos sociais, secas e fomes do século XX), de António Carreira (2.ª ed. revista, 1984).
Uma das áreas reforçadas pela Ulmeiro nos anos 1980-90 foi o da literatura e ensaios luso-africanos. Neste âmbito, e além de obras literárias (patentes noutros frisos), publicou ensaios sobre a sociedade e a cultura cabo-verdianas, como Cabo Verde (aspectos sociais, secas e fomes do século XX), de António Carreira, e várias obras de João Lopes Filho, que incluem testemunhos de várias personalidades deste país. Editou ainda livros sobre Angola (como Uma perspectiva etnológica da literatura angolana, de José Carlos Venâncio, 1993) e sobre Moçambique, para este país sendo importante referir a obra de denúncia Quem matou Samora Machel?, de Álvaro Belo Marques (1987).

 

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