"O Passado, o Presente e o Futuro dos Serviços Domésticos", por Manuel Abrantes
Item
Título
"O Passado, o Presente e o Futuro dos Serviços Domésticos", por Manuel Abrantes
Data
4 de outubro de 2021
Autor
Manuel Abrantes (SOCIUS/CSG - Investigação em Ciências Sociais e Gestão, ISEG, ULisboa)
Resumo
A pessoa que, nos primeiros anos do século XXI, procurasse estudos científicos sobre o trabalho doméstico remunerado teria razões para se surpreender com a sua escassez. Tal lacuna de conhecimento contrastava com a realidade de um sector que só em Portugal empregava então, segundo dados oficiais, mais de 150 mil mulheres. Mulheres muito raramente escutadas, muito raramente compreendidas.
O panorama mudou. Quer em Portugal, quer noutros países, o interesse por esta temática de investigação cresceu e aprofundou-se. Uma das constatações é que os serviços domésticos continuam hoje a apresentar-se como um espaço de fronteiras variáveis, diluídas, contestadas. Se isto é evidente quanto a fronteiras laborais – começando pela intemporal discussão, bem conhecida de tantas empregadas domésticas, acerca do que cabe ou não cabe nas suas incumbências –, é também o caso quanto a fronteiras geográficas e jurídicas.
Foi este o ponto de partida para que tentássemos – Nuno Dias, Inês Brasão e eu mesmo – reunir à volta de uma mesa as investigações em curso, assim estabelecendo pontes e fortalecendo diálogos. O colóquio “Trabalho sem Fronteiras: Perspectivas sobre os Serviços Domésticos e a Prestação de Cuidados em Casas Particulares”, que organizámos no Outono de 2020, superou as expectativas e justificou plenamente a publicação, no mesmo ano, de um dossiê especial na revista Cidades, Comunidades e Territórios.
O dossiê, que se encontra disponível para acesso gratuito, dá a conhecer pesquisas de grande relevância e originalidade. São estudos empíricos que vão de Portugal às Ilhas Maurícias, à Argentina e ao Brasil. Apresentam uma miríade de dados recolhidos em espaços domésticos, em estruturas residenciais para pessoas idosas, em tribunais ou em parlamentos, iluminando não só os contextos de trabalho contemporâneos mas também as suas possibilidades de transformação através da acção colectiva.
São contributos para a reflexão e para um debate amplo sobre o passado, o presente e o futuro dos serviços domésticos – debate que sem dúvida continuará a fazer-se nos tempos próximos.
O panorama mudou. Quer em Portugal, quer noutros países, o interesse por esta temática de investigação cresceu e aprofundou-se. Uma das constatações é que os serviços domésticos continuam hoje a apresentar-se como um espaço de fronteiras variáveis, diluídas, contestadas. Se isto é evidente quanto a fronteiras laborais – começando pela intemporal discussão, bem conhecida de tantas empregadas domésticas, acerca do que cabe ou não cabe nas suas incumbências –, é também o caso quanto a fronteiras geográficas e jurídicas.
Foi este o ponto de partida para que tentássemos – Nuno Dias, Inês Brasão e eu mesmo – reunir à volta de uma mesa as investigações em curso, assim estabelecendo pontes e fortalecendo diálogos. O colóquio “Trabalho sem Fronteiras: Perspectivas sobre os Serviços Domésticos e a Prestação de Cuidados em Casas Particulares”, que organizámos no Outono de 2020, superou as expectativas e justificou plenamente a publicação, no mesmo ano, de um dossiê especial na revista Cidades, Comunidades e Territórios.
O dossiê, que se encontra disponível para acesso gratuito, dá a conhecer pesquisas de grande relevância e originalidade. São estudos empíricos que vão de Portugal às Ilhas Maurícias, à Argentina e ao Brasil. Apresentam uma miríade de dados recolhidos em espaços domésticos, em estruturas residenciais para pessoas idosas, em tribunais ou em parlamentos, iluminando não só os contextos de trabalho contemporâneos mas também as suas possibilidades de transformação através da acção colectiva.
São contributos para a reflexão e para um debate amplo sobre o passado, o presente e o futuro dos serviços domésticos – debate que sem dúvida continuará a fazer-se nos tempos próximos.