“Escola de creados de Meza”

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Título do recurso

“Escola de creados de Meza”

Autor

J.A.S.

Data

20 de dezembro de 1918

Local

Lisboa

Editora

«Revista de Turismo»: publicação quinzenal de turismo, propaganda, viagens, navegação, arte e literatura

Páginas

p.91

Descrição

A xenofobia pelos criados de mesa de origem galega atinge um ponto alto nesta crónica. Estávamos em 1918 e, da acusação de ociosidade à acusação de esses trabalhadores ganharem “ordenados de bacharel”, inclusive de ganharem “mais do que o dono de hotel” [sic] somam-se as contradições. E é mesmo a esse propósito que se pensa na urgência de criar uma escola de criados de mesa em albergues e asilos, como a Casa Pia. Sobre os trabalhadores oriundos da Galiza, designados de “servos estrangeiros”, não lhes são poupadas críticas quanto à sua falta de competência profissional, embora se avance serem protegidos pela união das pessoas oriundas da Galiza.
O autor da crónica considera que este emprego é “um dos mais renumerados (…) para as classes menos abastadas, (…) pois quer seja em hotel ou em restaurante, a mensalidade é sempre superior aos dos melhores e mais profícuos empregos” (J.A.S., 1918, p.91). Ainda de acordo com o autor da crónica, esta realidade aplica-se maioritariamente às grandes cidades, pela vasta procura turística apresentada, como é o caso de Lisboa e Porto, onde os empregados da restauração tinham a oportunidade de “(…) tirar um ordenado de mais de 100 mil reis por mez; e nos hotéis, desde o porteiro ao simples criado de quarto, os seus honorários são muitas vezes superiores aos do gerente do hotel.
Ficam, pois, duas dúvidas: sendo tão bem remunerados estes trabalhos, porque são apenas disponibilizadas as suas formações em asilos e albergues? E, também, sendo estes trabalhadores tão ociosos e defeituosos, por que razão são tão bem onerados pelos seus clientes?

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