Imagem que representa uma lavadeira negra nos jardins do Palácio Nacional de Sintra

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Título do recurso

Imagem que representa uma lavadeira negra nos jardins do Palácio Nacional de Sintra

Autor

HVRV - Conservação e Restauro

Data

s.d.

Local

Sintra

Editora

https://hvrv.pt/portfolio-item/jardim-da-preta/

Descrição

Pouco ou nada sabemos sobre o seu nome, a sua história, de onde partiu e como aqui chegou. Não ficamos a saber se o nome dado ao “Jardim da Preta”, no Palácio Nacional de Sintra, é uma espécie de homenagem, ou penas figuração, de uma mulher que lavava no tanque. Ou se, em jeito de generalização, está a ali a sua figura a representar um grupo, uma etnia, uma condição servil, a própria história da escravatura. De acordo com a informação disponibilizada pelo site oficial parquesdesintra.pt, “O Jardim da Preta” ganhou a designação devido a uma composição em massa pintada, representando uma negra lavadeira de roupa acompanhada de uma figura masculina de libré vermelha.
Graças ao trabalho de Patrícia Monteiro (2021:185), ficamos também a saber que “o espaço deve a sua designação à figura de uma lavadeira (negra) que, encostada a um tanque, escuta um pajem, que com ela conversa, apoiado numa bengala (…) As figuras pertencem a extractos sociais de baixa condição, num retrato mordaz da moral e costumes da época: a mulher (neste caso, a lavadeira) que interrompe as suas tarefas para, distraidamente, ser cortejada por um pajem. O tanque, ou lavadouro, tal como as fontes, o forno, ou o moinho, eram espaços colectivos considerados como de “vocação feminina”, onde as mulheres se podiam entreter trocando mexericos entre vizinhas enquanto que, por oposição, outros locais (como as tabernas) lhes estavam interditos.”
Acerca de uma outra nota sobre A Sala dos Archeiros do mesmo Palácio, dá-se nota de que “aqui se cruzavam os reis com a nobreza e com os embaixadores estrangeiros, com as autoridades locais, com os serviçais, com a população desfavorecida e os escravos, os burocratas e os diversos visitantes.”

O Palácio Nacional de Sintra é bem conhecido pelas duas chaminés cónicas que coroam a cozinha real, o lado material do Património que impressiona. Sobre o outro lado, continuamos bastante alheios à história social e às relações de poder ali desenhadas.

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